Descoberta Mais Uma Partitura Inédita de Mozart
Posted by Cassiano in Curiosidades, Em tempo, Mozart
Uma partitura inédita, assinada à mão por Wolfgang Amadeus Mozart, foi descoberta por investigadores alemães numa mediateca em Nantes, França. A partitura foi encontrada no meio de outras no início deste ano, mas só hoje a descoberta foi revelada pela revista francesa "Presse-Ocean".
"Os investigadores sabiam que tínhamos na biblioteca documentos sobre Mozart, mas não esperavam encontrar algo assim", disse Yannick Guin, vereador de Nantes e ex-subsecretário da Cultura, à "Presse-Ocean".
A pequena partitura do tamanho de uma folha de caderno A4 foi encontrada entre uma pilha de partituras que, segundo a AFP, pertenciam a Pierre Antoine Labouchére, um pintor e coleccionador do século XIX. Labouchére coleccionava autógrafos e tinha também em seu poder cartas enviadas por Mozart ao pai.
Um músico de Nantes que teve acesso à partitura disse que está dividida em duas partes: uma "peça em compasso de quatro tempos (...) em ré maior, e uma segunda parte, que seria um rascunho, a espaços ilegíveis".
Ulrich Leisinger, chefe de investigação na Fundação Internacional Mozarteum, em Salzburgo, na Áustria, foi contactado para verificar a autenticidade da partitura encontrada e confirmar se foi mesmo escrita por Mozart.
Leisinger confirmou e descreveu a peça encontrada como um rascunho preliminar de uma composição musical, com diversas anotações do compositor. Segundo Lesinger “é sem dúvida a letra de Mozart” e é uma descoberta “realmente importante”.
Para hoje (18/09/08) está planejada uma conferência de imprensa na cidade de Nantes. Ao longo dos últimos 50 anos cerca de 10 peças inéditas de Mozart foram descobertas. A ser vendida a peça pode vir a valer 100.000 dólares, cerca de 70 mil euros.
A última partitura encontrada assinada por Wolfgang Amadeus Mozart em 2007 valeu num leilão da Sotheby’s a quantia de 156 mil euros. Considerado o melhor compositor de todos os tempos, Mozart nasceu em Salzburgo, na Áustria, em 1756. Mudou-se para Viena, em 1781, onde morreu 10 anos mais tarde apenas com 35 anos de idade.
Em 2006, o mundo comemorou os 250 anos do nascimento do gênio austríaco Wolfgang Amadeus Mozart (1756 – 1791).
Em virtude desta importante data, foram organizadas apresentações de todas as óperas do compositor, nesse mesmo ano, e apresentadas no Festival de Salzburgo, cidade natal de Mozart.
Destas apresentações, nasceu a coleção M|22, com todas as 22 óperas do mestre, tanto as inacabadas, quanto as mais famosas e aclamadas.
A coleção conta com 33 DVDs, proporcionando mais de 51 horas da mais pura e bela música que nós mortais poderíamos ouvir, sem falar na excelente qualidade de som e imagem.
Acompanha também bastidores, trailers e entrevistas com cantores e maestros.
Aquisição quase obrigatória para todos os mozartianos.
Para conhecer o site da M|22, clique aqui.
E quem disse que o Brasil também não produziu música erudita?
Um dos maiores exemplos é o padre José Maurício Nunes Garcia (1767 - 1830), carioca, que compôs sua primeira obra aos 16 anos.
Foi ordenado padre em 1792, e foi mestre da Capela Real por ordem do Príncipe-Regente D. João VI ainda em 1808.
Interessante deste vídeo do youtube, é que tem um comentário dizendo: "melhor que muitos compositores europeus".
Se é eu não sei, mas que a música é agradável, ah isso é!
Ainda em 1761, o pequeno Mozart surpreendeu enormemente seu pai. Segundo Johann Andreas Schachtner (1735-1795), trompetista da corte de Salzburgo e amigo da família, em uma carta a Nannerl datada de abril de 1792:
Certa vez acompanhei seu Papa à casa de vocês, após o serviço religioso da quinta-feira. Encontramos Wolfgang, que tinha então quatro anos, às voltas com uma pena.
Papa: "O que você está escrevendo?"
Mozart: "Um concerto para cravo; estou quase acabando a primeira parte."
Papa: "Deixe-me ver; isso deve ser algo realmente notável!"
Seu Papa pegou a folha e mostrou-me uma lambuzada de notas, escritas na maior parte sobre manchas de tinta apagadas com um lenço [...]. A princípio rimos daquele aparente absurdo, mas aos poucos seu pai começou a perceber o principal, as notas, e a música.
Durante um longo tempo ele ficou examinando atentamente aquela folha de papel e, finalmente, lágrimas, lágrimas de admiração e de deleite, tombaram-lhe dos olhos. "Veja isso, Herr Schachtner", disse, "como tudo está composto tão corretamente e em boa ordem; só que é inútil, pois é tão extraordinariamente difícil que ninguém seria capaz de tocá-lo".
Mozart interrompeu-o: "É por isso que é um concerto; é preciso praticar até conseguir tocá-lo. Veja, é assim que deve ser." E tocou, mas só conseguiu produzir o suficiente para que percebêssemos o que ele visava. Naquela ocasião ele tinha a concepção de que tocar um concerto, era a mesma coisa que realizar um milagre.
Ruhe sanft é uma ária da ópera Zaide, de Mozart. Ópera esta, inacabada, e na qual Mozart trabalhou no ano de 1780. Resolveu abandoná-la para se embrenhar em outro projeto: Idomeneo.
O manuscrito de Zaide foi perdido na época de Mozart, e encontrado então só em 1799, oito anos após sua morte, por sua esposa Constanze. Os fragmentos foram publicados pela primeira vez em 1838 e sua estréia foi realizada em Frankfurt em 27 de Janeiro de 1866.
Ária belíssima.
Interpretação com Lucia Popp:
Ruhe sanft, mein holdes Leben,
schlafe, bis dein Glück erwacht;
da, mein Bild will ich dir geben,
schau, wie freundlich es dir lacht:
Ihr süßen Träume, wiegt ihn ein,
und lasset seinem Wunsch am Ende
die wollustreichen Gegenstände
zu reifer Wirklichkeit gedeihn.
Repousa suavemente, meu doce amor,
dorme até que se desperte tua boa sorte.
Toma, te deixo meu retrato,
aprecia com quanta complacência te sorri.
Doces sonhos, acordem seu descanso
E aquilo que imagina,
Em seus sonhos de amor,
se converta finalmente em realidade!
O que é o K. número nas obras de Mozart?
O K é uma homenagem a Ludwig Alois Ferdinand Ritter von Köchel (1800 – 1877), um austríaco que foi escritor, musicólogo, botânico, compositor e o primeiro a catalogar as obras de Mozart. Por isso o K.
Este catálogo foi publicado pela primeira vez em 1862 e tenta seguir uma ordem cronológica das composições. Tenta, visto que é muito difícil saber qual obra foi terminada primeiro, das que foram compostas ao mesmo tempo por exemplo. Ou dúvidas normais de dias ou meses de diferença entre elas.
Desde sua publicação, o catálogo Köchel sofreu algumas revisões, ajustes e melhoramentos. Exemplos que levam a isso são como o ocorrido neste ano de 2008, onde foram encontradas obras nunca antes conhecidas do compositor.
Leia os links desta postagem se quiser saber mais.
Quer conhecer a obra completa de Mozart?
Visite este site.
Nele, a obra está toda separada por estilos: sinfonias, concertos, música Sacra e etc., e você pode encontrar qualquer uma pelo seu referido K.
"Ouvir música cria conexões entre células do cérebro e afeta a capacidade cognitiva.
"Recentemente, pesquisadores da Universidade de Wisconsin, nos Estados Unidos, descobriram que até os animais mudam seu comportamento quando estimulados por música.
Os cientistas embalaram ratinhos de laboratório ao som da Sonata para Piano K. 448, de Mozart, e os submeteram a experiências em um labirinto.
Os camundongos fizeram o caminho em menor tempo do que dois outros grupos que ouviram o som minimalista de Philip Glass ou que dormiram em silêncio.
A experiência comprovou em animais o chamado efeito Mozart - o aumento da capacidade de raciocínio e da noção espacial após ouvir a música do compositor do século XVIII -, descoberto pelos mesmos pesquisadores anos atrás.
"A música de Mozart é tão sinfônica que suas melodias são agradáveis ao ouvido de todos", explica Maristela.
Fonte: Revista Época - 24/08/98
Agora, em março deste ano, saiu na FolhaOnline mais uma reportagem sobre a ligação de Mozart com o bem estar que sua música provoca, e os possíveis efeitos sobre a inteligência e saúde. De novo foi citada a Sonata para Piano K.448.
Dizem que uma imagem vale mais que mil palavras.
E esta cena de “Amadeus” traduz a popularidade da música de Mozart.
Resumo da cena:
Salieri pergunta ao padre quanto ele conhece sobre música.
O padre diz que estudou um pouco quando era mais jovem, ali mesmo, em Viena.
Salieri então diz que ele deve conhecer alguma de suas obras, e começa a tocá-las no cravo.
Mas o padre não reconhece nenhuma...
Então, quando Salieri toca Eine Kleine Nachtmusik(por volta dos 1’50”), o padre a reconhece de imediato.
Padre: pa papa papapapá... Essa eu conheço! É encantadora! Desculpe-me, não sabia que era sua.
E Salieri: E não é... Ela é de Mozart... Wolfgang... Amadeus... Mozart...
Aos ouvidos mais atentos:
A ária de Salieri que aparece nesta cena, chama-se "Son Queste Le Speranze", da ópera Axur re d'Ormus. Você pode ouvi-la aqui.
O que é... Música Erudita?
Os mais tradicionalistas dizem que música clássica faria referência apenas à música do período clássico (entre a segunda metade do século XVIII e o início do século XIX).
Por curiosidade, é bom saber esse pormenor, mas hoje em dia se usam os dois termos - erudita ou clássica, com o mesmo significado.
Afinal, quem foi Mozart?
Mozart nasceu no dia 27 de janeiro de 1756, em Salzburgo, na Áustria. (Salzburgo = cidade de sal).
Foi batizado com o nome de Johannes Chrysostomus Wolfgangus Theophilus Mozart, mais tarde, Wolfgang Amadeus Mozart. O amado de Deus, pela tradução de Amadeus; e o amado de Deus, segundo os estudiosos e admiradores, pela qualidade de suas músicas, que teriam sido ditadas a ele por Deus, para que a música celestial fosse ouvida na terra...
Aos 3 anos de idade Mozart já demonstrava publicamente o interesse pela música, e aos 4 já rabiscava suas primeiras composições. Aprendeu a tocar vários instrumentos sozinho, tendo dominado completamente todos os que se aventurou a aprender.
Algumas passagens:
(...) O pequeno Wolfgang queria tocar violino com um trio formado por seu pai (Leopold), o violinista Wentzl e Schachtner; e Leopold, logicamente, disse que não:
“Wofgang começou a chorar amargamente, e foi se retirando com pequenos passos, com seu pequeno violino na mão. Comovido pela dor do menino, roguei então, que o deixassem tocar comigo; então seu pai disse: “bem, está certo. Toque com o Sr. Schachtner, mas tão baixinho que eu não ouça; do contrário, terá que ir embora imediatamente”. Assim se fez, e Wofgang tocou comigo. Muito rapidamente percebi, com estupor, que eu estava sobrando. Suavemente, deixei meu violino e olhei para o pai dele, que chorava de admiração”. (...)
Suas proezas eram tão admiráveis, que seus próprios contemporâneos duvidavam de muitas coisas que ouviam sobre ele. E não demorou muito para ser reconhecido como um menino prodígio.
"...Somos tomados do mais profundo pasmo quando vemos um menino de seis anos sentar-se ao cravo e o ouvimos não apenas tocar os mesmos concertos, trios e sonatas de maneira adulta, sem nenhum traço de infantilidade, mas também o ouvimos improvisar de sua própria cabeça, durante horas a fio, ou ler à primeira vista, e executar, o acompanhamento de sinfonias, árias e recitativos, em concertos...
Mais ainda, quando ele foi colocado em um outro aposento, e notas isoladas eram tocadas, não apenas ao teclado, mas em qualquer outro instrumento, e ele no mesmo instante dar o nome da nota. Na verdade, quando ouve um sino tocar ou um relógio bater, ou mesmo soar um relógio de bolso, é capaz de identificar a tonalidade de imediato. Dadas umas poucas notas de uma melodia, ele conseguia reproduzí-la e em seguida encaixar diretamente o baixo, o que sempre faz de forma belíssima, excelente e precisa, de tal forma que ficamos boquiabertos..."
Jornal de Augsburgo de 1763
-- O senhor não fala muitas línguas não é Sr. Haydn?
-- Não..., mas a que eu falo, o mundo todo entende.
Abertura de Fidelio, nas mãos de Harnoncourt.
Tinha medo que sua ópera fosse rejeitada, e queria ir embora ainda no final do I ato. Questões passadas estavam envolvidas.
O mesmo ano da morte de Mozart, nos seus poucos 35 anos...
Embora tivesse todo esse receio, a ópera foi um sucesso, e provou que mesmo o povo mais simples, sabia perceber o que era uma boa música.
Mozart regeu a ópera estando ao cravo, de onde tocava e regia ao mesmo tempo.