Ainda em 1761, o pequeno Mozart surpreendeu enormemente seu pai. Segundo Johann Andreas Schachtner (1735-1795), trompetista da corte de Salzburgo e amigo da família, em uma carta a Nannerl datada de abril de 1792:
Certa vez acompanhei seu Papa à casa de vocês, após o serviço religioso da quinta-feira. Encontramos Wolfgang, que tinha então quatro anos, às voltas com uma pena.
Papa: "O que você está escrevendo?"
Mozart: "Um concerto para cravo; estou quase acabando a primeira parte."
Papa: "Deixe-me ver; isso deve ser algo realmente notável!"
Seu Papa pegou a folha e mostrou-me uma lambuzada de notas, escritas na maior parte sobre manchas de tinta apagadas com um lenço [...]. A princípio rimos daquele aparente absurdo, mas aos poucos seu pai começou a perceber o principal, as notas, e a música.
Durante um longo tempo ele ficou examinando atentamente aquela folha de papel e, finalmente, lágrimas, lágrimas de admiração e de deleite, tombaram-lhe dos olhos. "Veja isso, Herr Schachtner", disse, "como tudo está composto tão corretamente e em boa ordem; só que é inútil, pois é tão extraordinariamente difícil que ninguém seria capaz de tocá-lo".
Mozart interrompeu-o: "É por isso que é um concerto; é preciso praticar até conseguir tocá-lo. Veja, é assim que deve ser." E tocou, mas só conseguiu produzir o suficiente para que percebêssemos o que ele visava. Naquela ocasião ele tinha a concepção de que tocar um concerto, era a mesma coisa que realizar um milagre.
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on domingo, 20 de julho de 2008
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